MULTIZONA

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sábado, 27 de março de 2010

UMA FORMA DE ARDOR

 Espelho | LIANA TIMM | arte digital | 2005

Sim. Eu sempre quis assim. Inesperado, difuso, surpreendente. O sangue pulsando, embriagando o pensamento. Enlouquecendo a razão. Transformando o olhar, a visão do que se quer, do que se busca, do que se é capaz.

Eu sempre quis a embriaguês das vertingens, dos choques, das correntezas. Das maldições rogadas. Das noites onde as pulsações não tem limites e os papéis se alargam em testes.

Eu sempre quis viver o indizível, esse sentir buscado na maciez da carne onde a vida não se ausenta, ao contrário: prefere. Onde a vida não pergunta, se oferece restingindo a dúvida. Me atrevo a te dizer que sempre desejei a implosão do insustentável e é insustentável não deixar acontecer cometas, meteoros, nesse céu de nuvens entre as nossas pernas.
Nesse exílio de segredos, estilhaços de um prazer revelado outro e sempre ou-tro, são descuido. Excessivos.

Me permito em ti, assim, arriscada, sem controle. Vazada pelas tuas incursões no que de mais secreto pulsa em mim.

Me permito aproveitar de ti o que não se compreende, o que se vive. O que sem cerimônia aparece a descoberto e...engraçado, nem me importa saber que alcançaste - como um sábio - a chave dinamite, corda flamejante da minha história.

Sim, estremeço simplesmente sem receio que as tempestadoes em algum momento possam deslocar as pedras dos leitos, possam rasurar aos poucos os azuis de nossos dias.

Aqui neste presente - onde promessas não cabem - quanto mais te tenho mais desdobra-se paixão e gozo: múltiplos desejos acre doces, luz e sombras frente e versos de expectativas.

LIANA TIMM
Prosa poética do Livro TRILOGIA DO INDIZÍVEL de LIANA TIMM, TERRITÓRIO DAS ARTES Editora, Porto Alegre, 1997. Onde encontrar: LIVRARIA CULTURA, BAMBOLETRAS, PALAVRARIA
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